domingo, 4 de outubro de 2009

Um desafio interessante

Ontem tive uma conversa com dois amigos sobre o que íamos fazer a seguir aos estudos. Nesta altura do ano, até é uma conversa bastante comum: todos já trabalhamos e a poucos meses de acabar os nossos respectivos programas, as duvidas não são poucas.

Invariavelmente, pôs-se a questão de voltar ou não para Portugal. Para muitos de nós, esta opção não é se quer considerada, e umas das razoes invocadas é a falta de oportunidades. Um país pequeno, sem empresas verdadeiramente globais, com um (sub) desenvolvimento tal que nos situa na cauda da Europa: sem produtividade, sem vantagens competitivas, sem aquilo e sem aqueloutro.

Na minha humilde opinião, esta razão é falaciosa. Todas estas desculpas podem ser e são verdadeiras, mas no entanto não são razão válida para renunciar ao nosso país. O que nos diferencia do resto do mundo é o facto dos que poderiam mudar o rumo dos acontecimentos sucumbirem a esta desculpa e virarem as costas a quem mais precisa de nós.

Ao meu ver, é precisamente o estado verdadeiramente miserável da nossa pátria que é a maior razão para lá voltar. Tal e como não podemos deixar um amigo doente morrer sem tentar tudo para o socorrer, também não podemos virar as costas ao nosso país sob o pretexto de a situação estar demasiado má para podermos ter oportunidades de nos afirmar.

O maior desafio das nossas carreiras está aqui mesmo à nossa frente: não existem oportunidades? Antes pelo contrario. Se calhar há demasiadas para uns só as agarrarem.

3 comentários:

  1. Embora respeite a capacidade de sacrifício pela pátria, dificilmente o apelo à mesma será a solução para atrair talento e oportunidades para o nosso país. Afinal de contas, se perguntassemos a um grupo de promissores profissionais se estariam dispostos em sacrificar as suas carreiras para possivelmente virem a ajudar o seu país, não conseguiríamos muitos adeptos.

    O pior que podemos fazer é acreditar que o nosso país está a ir ao fundo, e que quem queira lá estar apenas o faz por patritismo. Muito pelo contrário, Portugal tem muitas vantagens e óptimas pessoas, caso contrário não seríamos tão bem reconhecidos cá fora, nem teríamos tantas histórias de sucesso.

    Talvez a única coisa que precisemos é de acreditar que isso é verdade.

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  2. Portugal faz-me lembrar, mal-comparado, aqueles países verdadeiramente subdesenvolvidos onde há imenso potencial por descobrir e os primeiros a chegar/investir farão fortuna. Acredito que por cá também seja assim. Só temos que fazer um esforço por perceber o que é o nosso "petróleo" ou os nossos "diamantes".

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  3. Cada pessoa tem de saber primeiro o que precisa do emprego/trabalho. Estabilidade e proximidade da família? Desafio e competição? Espaço para criar e inovar? Respeito dos pares?
    Depois de estar bem seguro do que quer (a médio e longo prazo) deve ver se existe em Portugal, na sua área, empresa adequada para os seus objectivos. Poderá também considerar a hipótese de criar uma.
    Porque o melhor local para trabalhar não é sempre a empresa mais globalizada, mas a que preenche as nossas necessidades.

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